Müsteiro

Chuva em Novembro, Natal em Dezembro.

5.5.06

Regra de 3 simples

(post editado)

3 - «Wake Pig»

Para além de, segundo rezam as crónicas, ser a conta que deus fez, este singelo e pequeno algarismo é também o nome de uma genial banda que lança agora em Portugal um trabalho seu (que é já o 4º do historial do grupo), de seu nome Wake Pig.
Não sei realmente por onde começar para classificar esta fantástica banda ou que influências discernir no seu som. The Mars Volta? Muse? System Of A Down? Os comercialíssimos The Rasmus? De tudo um pouco e muito mais. Até estruturas zeppelianas é possível encontrar na música dos 3, por entre as pérolas tecnicistas de Joey Eppard e uns laivos de metal.
Então o que se passa em Wake Pig? Rock, mas não apenas rock. Não será exagero classificar Wake Pig como progressivo: primor técnico nas execuções (sem exibicionismos ou floreados), uma história que percorre todo o álbum (ao bom estilo dos álbuns conceptuais do rock progressivo) mas, acima de tudo, a regra bem visível dos 3 de não colocarem limites na sua música. O tema de arbertura (e primeiro single), "Alien Angel", inicia-se com um riff ao melhor estilo de bandas como Taproot ou Mudvayne, com a voz desde logo a marcar a diferença. Depois dos devaneios bunglescos de "Where's Max?", seguem-se as fabulosas "Dregs" e "Wake Pig", que tornam claro que não estamos perante uma banda vulgar. Em "Bramfatura" Joey Eppard demonstra a sua mestria na guitarra num curto instrumental com um cheirinho a flamenco, para de seguida nos dar "Trust", uma bela e cativante canção. Sim, porque o Sr. Eppard é, para além de um exímio guitarrista e de um grande vocalista (com um tom algo peculiar), um escritor de canções, fazendo questão de o provar em "Dogs Of War". Este tema (homónimo de um dos Pink Floyd, mas totalmente distinto) é, tão pura e simplesmente, uma das baladas (sem lamechices) mais bonitas e mais arrepiantes que já tive o prazer de escutar. O resto do álbum desenrola-se no mesmo tom, sem nunca aborrecer ou sequer distrair, sendo de destacar ainda "One Way Town" e "Queen", que tornam ainda mais evidente, e termina com "Amaze Disgrace", um tema de 16 minutos que se pauta inicialmente por uma batida quase dançável, e inclui pelo meio uns trechos de "Trust" e uma espécie de jam session que resulta na perfeição. A meio desta faixa quetiono-me como foi possível encadear todos estes elementos de forma a resultarem de forma tão brilhante. Já o cd terminou de rodar no leitor e ainda estamos a digerir o impacto da sucessão de grandes músicas que nos assaltou, com as melodias ainda ecoando nos ouvidos.
Porém, o maior impacto de Wake Pig é o de nos dar canções com grande potencial de airplay, com as suas melodias "orelhudas" que se vão cantarolando dias a fio, mas de juntar a tudo isso uma originalidade inquestionável no seu som. Porque Wake Pig é, sem dúvida, um dos álbuns mais originais do espectro musical rock/metal, nos últimos tempos, que consegue plenamente a tarefa inverosímil de mesclar o simples e o complexo como se fossem um só. E se há algo que conseguiu fazer comigo, foi levar-me a escutar um álbum com o entusiasmo de um adolescente, com audições sucessivas.
Pois bem, vou deixar que constateis por vós mesmos, pois o contágio é quase inevitável... Enjoy!


(live)

2 Comments:

Blogger Tha BossMack TopSoil disse...

Good Post!

7:20 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

A regra de ouro dos "3", vale também para ti... também não deste limites à tua descrição. Dá mesmo vontade de conhecer melhor... .

6:30 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home