Müsteiro

Chuva em Novembro, Natal em Dezembro.

4.1.12

Música de 2011

Uma rápida manobra de reanimação no blog para vos deixar os meus preferidos de 2011. Houve muita música que me passou ao lado este ano, muito por causa da nova norma que gere aqui a casa, no que toca a ruído. Assim, é normal que esta lista tenha graves lacunas. Porém, do que ouvi, estes foram os que mais me fizeram abanar a cabeça.

Ghost - Opus Eponymous1 - Ghost - "Opus Eponymous"
Este álbum é o sonho húmido de qualquer revivalista. Consegue pegar no ambiente retro dado pelos teclados Hammond, juntar-lhe um satanismo quase barroco e, dessa amálgama de contornos kitsch, criar um álbum tão fabuloso quanto viciante. Uma missa negra que consegue inebriar aqueles que não acham piada nenhuma ao "mafarrico". Nunca o satanismo foi tão saudável.

Vreid2 - Vreid - "V"
Um excelente álbum de black metal progressivo. Quem não é fã de metal, não vai ficar ao ouvir "V". Mas qualquer fã de metal (independentemente do sub-estilo) tem que vibrar com temas como o genial "Slave, com os riffs viciantes de "The Blood Eagle", com as constantes mudanças de ritmo de "Wolverine Bastards" ou com o incosntante "Fire On The Mountain". Um álbum que tem tanto de brutal como de belo, e que prende a cada tema.

Long Distance Calling3 - Long Distance Calling - "Long Distance Calling"
Fazer um álbum instrumental não é fácil. Fazer um bom álbum instrumental, muito menos. Fazer um álbum instrumental fabuloso, é obra. E estes senhores já vão no segundo. Depois do fabuloso "Avoid The Light", este álbum homónimo continua a mostrar como se pode fazer rock com músculo e alma, sem precisar de uma voz. Como se fossem uns Karma To Burn mais progressivos e introspectivos.

Graveyard - Hisingen Blues4 - Graveyard - "Hisingen Blues"
Desde Led Zeppelin que não se ouvia um blues-rock tão bem conseguido como este álbum de Graveyard. Parece verdadeiramente composto nos anos 70, mas saltamos de faixa em faixa sem a sensação de estarmos a experienciar uma repetição desnecessária de um estilo gasto. Os Graveyard conseguem cativar e fazer soar fresco um estilo que já vem de longe, superando episódios pontuais como os Wolfmother (e com uma voz bem mais agradável, diga-se).

Red Fang - Murder The Mountains5 - Red Fang - "Murder The Mountains"
Estes loucos sludgers já tinham dado um ar da sua graça no seu trabalho anterior, mas neste conseguem que o seu valor se note em mais do que dois ou três temas. Uma furiosa "Malverde" lança-nos para a soberba "Wires" (recomenda-se o visionamento do videoclip), e dá a toada para um álbum que se recomenda como banda sonora para momentos de boa disposição, seja ao volante ou a beber umas cervejas com os amigos.

6 - Beardfish - "Mammoth"
Para quem é fã de progressivo, este é provavelmente um álbum para o seu top 10. De sempre. Segue a linha do já genial "Destined Solitaire", mas dá mais corpo à música, carregando acordes e linhas melódicas com mais peso e agressividade, mas com aquele som que já lhes é extremamente característico. Confirmadíssimos como uma das bandas de topo da cena progressiva actual, lado a lado com nomes como Porcupine Tree, Pain Of Salvation ou Riverside.

7 - Heavenwood (pt) - "Abyss Masterpiece"
Depois de um grande hiato, este álbum fabuloso coloca os Heavenwood na alta roda do metal mundial. Um álbum sem "fillers", completo, e que dá gosto ouvir de ponta a ponta. Os Moonspell podem ser a banda de metal português mais conhecida no mundo mas, depois do "Abyss Masterpiece", dificilmente serão a melhor. É bom saber que por cá se faz música assim.

8 - Opeth - "Heritage"
Quando me disseram que o novo álbum não tinha guturais, tive medo. Depois autoflagelei-me por ter duvidado de sua excelência Sr. Akerfeldt. Um grande álbum, que nunca deixa de parecer Opeth. Sim, por vezes dão saudades de um tema à antiga, mas creio que lá voltarão num futuro próximo.

9 - Mastodon - "The Hunter"
Afastaram-se do progressivo cósmico de "Crack The Skye", e também já não nos deixam com vontade de partir tudo como no "Leviathan", mas ainda não foi desta que os Mastodon comprometeram a sua identidade nem fizeram um álbum mau. "The Hunter" está recheado de grandes temas que consolidam o seu estatuto como uma das bandas mais originais do novo milénio.

10 - Dredg - "Chuckles and Mr.Squeezy"
Um disco estranho e diferente para esta banda. Por um lado ficamos agarrados à estranheza dos temas e exploramos as (grandes) diferenças entre eles. Por outro ficamos com vontade de um tema rock arejado, como era o caso de "Bug Eyes". Mas mal se dá conta, cantam-se estas músicas todas de ponta a ponta e deliciamo-nos com as melodias invulgares. A fazer lembrar Depeche Mode na fase do "Violator", mas mais rock.

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