Müsteiro

Chuva em Novembro, Natal em Dezembro.

31.8.05

"O responsável do futebol «encarnado» abordou ainda o actual plantel do Benfica e assegurou que o único jogador que não foi possível contratar foi o avançado dinamarquês Tomasson, que assinou pelo Estugarda."

Pois... esse esteve "quase quase"...

29.8.05

... Vicente???

Casa do Gil... Vicente?


Vi este outdoor de publicidade ontem e... não resisti!

22.8.05

(inc.)


... Era uma sombra caminhando entre sombras pela escuridão opaca daquela solarenga tarde de verão...

... carregava no rosto o peso dos erros
de uma vida que passou ao lado de o ser...

... uma qualquer hipocrisia saudável camuflava-lhe as feridas, dissimulando-as aos olhos dos outros...

... sorrisos, frases quase automáticas,
cumprimentos quase afáveis,


a tendência forçosa/forçada do
mundo para a normalidade...


... o conforto e o suspiro de alívio de uma injecção de banalidades, um placebo servido em porcelana, permitem-lhe uma quase sólida sensação de paz...


E segue, sorrindo ao mundo.
Porque, para este, não é preciso ser.


Basta parecer.

Goleadores

"Vi a exibição da nossa selecção contra o Egipto. Acho que o jogo teve um factor positivo - O Nuno Valente não anda a perder nada. Pauleta jogou em casa, mas não consegui marcar golos . O ponta-de-lança está só a quatro golos do Eusébio como melhor marcador da selecção. Com o que me foi dado a ver nos últimos tempos, penso que mais facilmente o Eusébio passa para cinco golos de vantagem, que o Pauleta reduz para três."

As crónicas do Visconde d'o Lumiar - João Quadros

17.8.05

"Já não és um de nós, pois foste mal educado!!! (ah, pois foi!)"

Título roubado de Gato Fedorento

16.8.05

Post Roubado II

«ANÚNCIOS

Soares anuncia possível candidatura até início de Setembro


Os Marretas anunciam possível início do Outono no dia 23 de Setembro.
»

Post Roubado I


Claro que não, afinal foram apenas umas fogueiritas na província.
Houve incêndios no Terreiro do Paço? Não.
Houve incêndios na Praia dos Tomates ou no Ancão? Não.
No Largo do Rato? Em Cascais? Na Lapa? Também não.

Então é óbvio que não há calamidade nenhuma, ora essa.»

15.8.05

"(de)formações de mim"

«Implosion», by Derek Hess

"Implosion", de Derek Hess

Prazer de viver num mundo deformado pelo não real, pelo falso, não original. Deformação obsessiva que surge da necessidade de destabilizar. Jogar com sombras e palavras, perseguindo o conhecimento/desconhecimento de mim. A minha identidade. A minha linguagem. Linguagem do exagero, da abjecção, torna-me obscena, absurda, do descontrolo existencial e da corrupção física de mim própria.
Identidade...
Identidade só se equivaler à qualidade de idêntico, paridade absoluta; reconhecimento de que um indivíduo é aquele que diz ser... e não aquele que os outros presumam que seja....

Susana Matos, in Dá-me Lume
Autorizadamente roubado.
Brigado Sue! ;)

14.8.05

Grande campanha


Eu cá ando muito consciente, não sei. Deve ser alguma coisa que anda no ar, que se apanha como aquelas alergias maradas. Bom, mas o que interessa é a mensagem que esta campanha publicitária quer passar. Uma ideia genial e muito bem concretizada, que deixa um apelo claro e conciso. De louvar.

«Pirotugal»

Portugal em chamas - «Pirotugal»

E ei-lo, regressado da praia, depois de uma saudável ausência das absorventes construções blogueiras, com muito para contar mas com uma inspiração menos fluida do que seria desejável. A culpa é da vaga de calor, obviamente: sem líquidos não há fluidez, e a minha inspiração está notoriamente desidratada.
É também nestas épocas de calor que, obrigatoriamente, vemos todo o país (exceptuando arredores de moradias de ministros e grandes empresários) ser percorrido pela mais bela forma de devastação: o fogo.
Na viagem para as paragens balneares da nossa costa ( e no regresso), não só se encontravam desertas paisagens carbonizadas, como também muito do património natural do país ainda em combustão. Triste, aterrador, revoltante. Esta última palavra é a que assenta melhor às actuais circunstâncias: todos os anos, consecutivamente, o país arde de ponta a ponta, sem que se veja tomada qualquer medida com um mínimo de eficácia. É revoltante porque, como saberá qualquer pessoa com um mínimo de senso comum e dois dedos de testa, esta tragédia golbal (ecológica, económica, social) não acontece por acaso. Os casos de negligência, de fogo-posto por doentes mentais ou por pessoas que têm prazer em ver o fogo (pirómanos) são uma ínfima minoria. Já nem falo nos incêndios por causas naturais, pois a probabilidade de eles acontecerem é quase tão reduzida como a de eu ganhar o Euromilhões. Há muitos interesses por detrás de tudo isto e muita gente continuará a ganhar com os incêndios enquanto isso lhes for permitido. Pelas seguintes razões:
  1. O combate aéreo aos incêndios em Portugal é totalmente concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica. É o caso mais flagrante de lucro directo com os incêndios. São cobrados valores exorbitantes por hora de voo, que quase duplicam nas horas mais tardias do dia. A questão: se não houver incêndios, de que sobrevivem estas empresas? Exacto. Não admira então que se multipliquem os relatos de populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves. Relatos que continuam inexplicavelmente sem investigação após tantos anos de ocorrências. O Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos (de grande utilidade para o país - o que seria da nossa vida sem os submarinos a cair de podres comprados por Paulo Portas?) e não dispõe de metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair? E porque é que o país se dá ao luxo de as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem que estes estejam adaptados ao combate a incêndios? Para que se formam pilotos da Força Aérea especializados para combater incêndios e que depois passam o Verão inteiro desocupados nos quartéis? Respostas precisam-se.
  2. A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ainda ser utilizada apesar de ter ardido, sem que haja grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam apenas um terço do valor aos produtores florestais se a madeira estiver queimada. Logo, há uma enorme redução das despesas por parte das empresas madeireiras, aumentando assim a margem de lucro: compram mais barato e vendem ao mesmo preço. Ainda há quem diga que não há motivações económicas por detrás dos incêndios? Mas continua...
  3. Se não estou em erro, diz a lei que um terreno onde se tenha registado um incêndio não pode ser alvo de qualquer tipo de construção ou reaproveitamento que não seja a reflorestação, durante um período de 10 anos. Qualquer jornalista minimamente interessado não terá quaisquer dificuldades em encontrar terrenos que foram varridos pelos incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, indo contra o que diz a lei. Não sou especialista, mas tenho o palpite de que o terreno ardido é também mais barato do que o normal...
  4. Li algures que chegam aos órgãos de informação cartas e telefonemas anónimos com mensagens do seguinte teor: "Enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre. E dizem-se os caçadores protectores das espécies... Curiosamente, os tauromáquicos dizem o mesmo em relação aos touros.
  5. Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis levar a cabo um acordo com as direcções das três televisões generalistas portuguesas, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão. O argumento era o de que, ao ver muitas imagens de incêndios a ser transmitidas, os incendiários sentir-se-iam incentivados a continuar as suas actividades. O fraco argumento não foi obviamente suficiente para demover os responsáveis dos canais nacionais, sedentos das audiências que os incêndios trazem. É bem visível nas tristes figuras dos jornalistas de campo, colocando-se em frente às chamas, atrapalhando o trabalho dos próprios bombeiros, levando os populares desesperados às lágrimas com as suas perguntas de jornalismo sentimentalista e sensacionalista. Deplorável...

Existe uma indústria incendiária em Portugal, não-organizada mas cujos agentes têm um objectivo comum - destruir a floresta e lucrar com isso. Isto é visível ano após ano, repetitivamente, com uma exactidão ainda maior do que a própria época balnear.

Inexplicavelmente, o Estado português pouco ou nada faz em relação a isto. Sem capacidade para mais, limito-me a sugerir:

  1. A assumpção directa do combate aos incêndios por parte do governo, adquirindo os meios necessários (suprimindo, se necessário, muitas das "submarínicas" despesas do estado) e cessando imediatamente os contratos com as empresas de meios aéreos;
  2. A distribuição de forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente e auxílio coordenado no combate aos incêndios, acabando assim com a vida fácil e bem paga de militar. As Forças Armadas são uma das maiores despesas do Orçamento de Estado, e a sua aplicação prática é praticamente nula. Em bom português, é dinheiro deitado ao ar, e há que fazê-lo render;
  3. A alteração da moldura penal para crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas e investigando e punindo eficazmente os infractores, para que estes não estejam em liberdade ao fim de dois anos para retomar as actividades. Deve haver também um controlo rigoroso no que toca à construção em terrenos ardidos, impedindo as constantes violações impunes à lei;
  4. O incentivo à limpeza de matas, seja através de serviços de voluntariado ou através (ninguém pensa nisto???) da mobilização da população prisional. Os prisioneiros limitam-se a estar sentados, com cama, comida e roupa lavada, sendo uma despesa para o Estado e uma potencial mão-de-obra inteiramente gratuita, pois o trabalho realizado poderia facilmente ser pago com revisões de penas. Simples, e muito mais barato do que a aquisição constante de novos e dispendiosos meios.

Com um pouco de consciência cívica e ambiental, tomando medidas simples e directas, é possível conseguir que o nosso País se mantenha como um dos mais bonitos da Europa e evitar a desertificação total para que caminhamos. Porém, sei também que, apesar de aparentemente simples, estas medidas por mim sugeridas têm também o seu quê de utópico, pois enquanto o dinheiro continuar a falar mais alto, o País vai, sem dúvida, continuar a arder...

Este post foi inspirado num mail cujo autor não estava identificado. Vim posteriormente a saber tratar-se de Ricardo Costa, Director da SIC Notícias. Alguns dos pontos aqui referidos são semelhantes aos do texto original, outros adaptados ou até acrescentados. Para que não seja tomado por plágio.

3.8.05

Mata-me Outra Vez

Receiding, by Derek Hess

Fala-me um pouco mais, era tão bom ficar
O mal é que eu já não sei quem eu sou
Eu não sei se eu sou capaz de me ouvir.
Fala-me um pouco mais, era tão bom subir
E dar o que eu nunca dei a ninguém.
Sei que é bom teu travo a tudo o que é mortal.
Já agora, mata-me outra vez!
Era tão bom direi, mata-me outra vez!
Era tão bom direi, Mata-me outra vez!
Mata-me outra vez!

Tudo tem um fim, e aqui não há
Ninguém que possa ter o mundo para dar.
Se um dia voltar, vai ser só mais uma forma de me ausentar
Daquilo em que eu não quero pensar.
Já tudo teve um fim, já que eu estou por cá
Eu digo como é fácil, Para mim se já não dá.
Sei que é bom teu travo a tudo, o que é mortal.
Já agora, mata-me outra vez!
Era tão bom direi, mata-me outra vez!
Era tão bom direi, mata-me outra vez!
Mata-me outra vez!

Páro de andar, páro p'ra te ouvir.
Páro para ver se é bom p'ra mim.
Se é melhor do que uma vida, tão só e prenha por ninguém.
E vejo que é bom dizer, páro p'ra te ouvir.
Mas foi só para ver se o futuro é para nós.
Para quem tem o mesmo mal de não saber amar.
Falo que, pensar em mim, é cura e faz-me acordar.
Ou dormir.


Ornatos Violeta

1.8.05

Microsoft lança versão beta do Internet Explorer 7

Depois do sucesso dos lançamentos das versões rasta, skater, e punk, chega a gora a versão beta. Espera-se então um browser equipado com uma grande quantidade de acessórios supérfluos e vistosos, para transmitir a ideia de status social elevado, juntamente com o indispensável par de argolas de dimensões desmesuradas e a franja a tapar os olhos, como se verifica em algumas espécies caninas. O sapato de vela sem meia é também um acessório que está obrigatóriamente presente, sendo que esta versão beta pode ser encontrada nas versões Tommy ou Timberland.

Nem mais

"Se o País, o Governo, enfim, o Estado não têm dinheiro, façam como os clubes. Que também não o têm e que, nem por isso, deixam de o gastar e comprar jogadores, fazer estágios no estrangeiro, contratar técnicos de primeira linha, fazer festas, etc.
E não me perguntem como."

Rui Cartaxana, in Correio da Manhã, 28/7/2005