Müsteiro

Chuva em Novembro, Natal em Dezembro.

28.11.05

Provérbios

Imitando o último post do ?, decidi assassinar aqui uns quantos provérbios, para tornar a sabedoria popular um pouco menos enfadonha e bastante mais actual. Aqui vai disto:


A cavalo dado não se olha o dente.
A t'shirth dada, não se olha o partido.


A preguiça morreu de sede à beira da água.
A pobreza morreu de sede à beira da tasca.


A ocasião faz o ladrão.
A ocasião faz o político.


A vozes loucas, orelhas moucas.
A vozes loucas, microfones.


Águas passadas não movem moinhos.
Pitas passadas não movem "florzinhas".


Albarda-se o burro à vontade do dono.
"Tunna-se" o carro à vontade do labrego.


De pequenino se torce o pepino.
De pequenino o torce o Carlos Silvino.


Burro velho, não aprende línguas.
Candidato velho, não aprende línguas.


Nunca digas desta água não beberei.
Nunca digas "Neste clube não jogarei".


Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.
Mais depressa se apanha o Sócrates do que o Mantorras.


E poderiam ser muitos mais, a paciência é que não deixa. Quem tiver mais sugestões, é favor contribuir.

25.11.05

'Bora lá pôr os dedos a martelar!

Achei um piadão a este jogo online, que consegue ser, ao mesmo tempo, didáctico, prático e divertido. Tudo bem que as palavras são em Inglês mas... a sua finalidade mantém-se.

Enjoy.

21.11.05

Já são muitos anos nisto...

"Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura diccção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e interesses, por especulação e currupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"

Eça de Queirós, 1867 in "O Distrito de Évora"

Liderança

Leva-nos ao vosso líder!

20.11.05

E que se segue?

Depois do Pai Natal Coca-Cola e da árvore de Natal Milennium BCP/SIC, aqui vão mais algumas possibilidades:

- Menino Jesus Petit Patapón
- Manjedoura McDonald's
- Presépio Kit Market
- Reis Magos UPS
- Vaquinha Mimosa

Aguardo mais sugestões vossas. Não consegui arranjar um patrocínio credível para os restantes elementos do presépio. Virgens e burros não vendem bem.

Pronto, já está!


É Natal, é Natal...

F*d*ram o Natal!!! (E onde está "F*d*ram", leia-se venderam)

16.11.05

...mas que raio...???

Mas o futebol virou desporto misto e ninguém me avisou?

Hipocrisias

Quem fala assim não é gago. E até dispensa um golinho de água antes de atacar. E pimba!

15.11.05

A sabedoria popular nem sempre acerta

Querem provas? As próximas presidenciais. Diz o provérbio, e muito bem: "A merda é a mesma, só mudam as moscas".
Pois bem, desta vez... nem as moscas mudam!

Varejeira 1MijãoVarejeira 2

Campanha

Em resposta ao apelo do Squeezy, aqui vai a minha sugestão para legendar a já de si sugestiva imagem, aproveitando a nova campanha da TMN.
Clica aqui!
(Clica nos bonecos)

Espero não chocar ninguém. A quem chocar... get a life!

9.11.05

E por falar em coisas que irritam...

... chegou-me isto ao mail.

Já não há pachorra. Vou canalizar a minha raiva para dois BM's e uma carrinha que estão ali estacionados em baixo...

"Quaise" na Media

Pontapés na Gramática

Há poucas coisas que me conseguem tirar do sério, pois considero-me uma pessoa bastante calma e ponderada. Porém, para além de tudo o que envolve fundamentalistas, tunas ou o Simão Sabrosa, ver nos meios de comunicação de massa as verdadeiras borradas gramaticais que nos são transmitidas e feitas passar por correctas, consegue deixar-me literalmente a bufar.
A última vez que tal sucedeu foi no passado dia 5, ao consultar a página web do jornal "O Jogo". A manchete era referente ao regresso às vitórias do Sporting, no dia anterior. Um garrafal "VOLTAMOS" foi a palavra escolhida para retratar tal acontecimento. Voltamos, ontem, entenda-se. Já não foi a primeira vez que vi ser utilizado o presente com o significado do passado, mas foi a primeira vez que o vi fazer na forma escrita. Quando é na forma oral, ainda se pode pensar que é por um erro de pronúncia, mas assim...
Infelizmente, não se fica por aqui. Desde ouvir um Pedro Bicudo a dizer, por algum sentimento de superioridade próprio dos emigrantes, "pera" em vez de "para"; passando pelas ridículas tentativas da Manuela Moura Guedes pronunciar uma palavra que seja numa qualquer língua estrangeira; até à patética vaidade alfacinha de Paulo Camacho ao insistir no (infelizmente) já muito propagado "quaise".
Meu caro jornalista/pivot/energúmeno: soletre, se faz favor! Escreve-se Q-U-A-S-E! Onde é que está o "I"???
É já conhecida a grotesca mediocridade da programação da televisão portuguesa, que dá azo a uma aculturação que se propaga como um cancro, ignorando totalmente as responsabilidades da pequena caixa como o mais forte catalisador de valores e consciências da actualidade.
Como se isso não bastasse, somos confrontados com estes personagens que, com tamanha arrogância, se julgam senhores de um tal conhecimento que podem eles próprios "reinventar" a Língua Portuguesa, influenciando obviamente quem é receptor e pensa "Este senhor está na televisão, de certeza que sabe o que está a dizer...".
Não compreendo como é que, estando estas pessoas numa posição de tão grande responsabilidade, podem sistematicamente propagar os erros desta forma. E que tal essa instituição de nome pomposo e magnânimo, a Alta Autoridade Para a Comunicação Social, tomar uma posição acerca disto? Quando os erros gramaticais, ortográficos, de semântica e de pronúncia nos chegam em horário nobre e nas primeiras páginas dos jornais, palpita-me que é oportuno tomar uma atitude...

Ecologia, tudo bem, sim senhor...

...mas eu acho que os franceses já andam a levar essa história do "Dia Sem Carros" um bocadinho longe demais...

Guarda ex-Plaza

A Comissão Coordenadora da Região Centro chumbou a construção do centro comercial "Guarda Plaza", que tinha já a sua conclusão prevista para Novembro de 2007. Este foi o único parecer negativo que surgiu, entre todas as entidades a quem cabia a sua aprovação.
As razões? Segundo a C.C.R.C., o projecto não pôde ser aprovado por a sua futura localização se encontrar numa zona rural.
A Guarda fica então privada de 2100 postos de trabalho imediatos e de uma importante adição ao pobre comércio da região, apenas porque alguém entendeu que a área anexa à VICEG, entre o quartel dos Bombeiros e o Estabelecimento Prisional da Guarda é assim tão importante que deve ser preservado a qualquer preço.
Agora pergunto: quem é que falhou ao não abrir o saco azul para pagar umas luvas aos senhores da C. C. R. C.? Quando pensamos que podemos confiar no sistema...

6.11.05

Pariz, cidade-luz

Paris

Foto de Visão Online

4.11.05

Serviço social

A TVI acaba por ser um bom exemplo de serviço social:
tem uma programação quase exclusivamente dirigida para deficientes mentais.

Opeth - Ghost Reveries

Opeth - Ghost Reveries

Na minha modesta opinião (que, como todas as opiniões, vale o que vale), um álbum de música pode-se enquadrar em 4 categorias distintas: os álbuns bons, onde a maioria das músicas até têm uma qualidade acima da média e a sua audição se torna enriquecedora; os álbuns fracos, dos quais apenas se destaca um ou outro tema, ficando os outros votados a uma entediante monotonia; os álbuns marcantes, que são aqueles que causam um tal impacto que influenciam as gerações seguintes, dando origem a um som ou estilo facilmente reconhecível, que inspira bandas e fãs. Apenas passado bastantes anos é possível classificar um álbum nesta categoria, pois nunca sabemos se as próximas correntes musicais vão seguir os trilhos marcados pelas bandas anteriores. Os exemplos de álbuns marcantes são inúmeros: o "Back In Black" dos AC/DC, os 6 ou 7 primeiros álbuns de Led Zeppelin, o "Master Of Puppets" dos Metallica, o "In Utero" dos Nirvana, o "Kaos A.D." dos Sepultura ou, para citar um mais recente, o "Toxicity" dos geniais System Of A Down. E, nestes casos, a subjectividade é menor do que se possa pensar...
Os álbuns que se incluem na quarta categoria podem pertencer também em simultâneo à anterior, o que sucede algumas vezes. E a razão porque eu considero que as duas categorias não se fundem é apenas esta: alguns álbuns não podem ser imitados, seguidos e muito menos suplantados, sob pena de se cair no fracasso. A qualidade destes é tanta que quem tentar seguir a mesma fórmula está (quase) condenado a ficar aquém do trabalho original. São álbuns obra-prima.
É nesta categoria que enquadro o mais recente trabalho dos Opeth, "Ghost Reveries". Não se trata de um álbum marcante uma vez que as linhas que definem o som da banda de Estocolmo foram já definidas há muitos álbuns atrás. Porém, é um álbum que condensa e aprimora todo o trabalho que a banda de Mikael Åkerfeldt desenvolveu ao longo dos anos, e o resultado é de uma beleza ímpar.
O sucessor do melancólico "Damnation" (que se caracterizou como uma experiência por territórios quase exclusivamente acústicos e ambientes calmos que, segundo o líder da banda, não terá repetição) traz de volta a força do death metal que foi o som de origem desta banda. Porém, não se assustem os detractores das vocalizações rasgadas e apologistas da melodia - há de tudo neste álbum. Sem abandonar as texturas complexas, os Opeth levam a sua força criativa ao extremo, sempre apoiados nas bases do rock progressivo surgido nos anos 70, sempre inovando, ou alternando a melodia com o poder do seu metal, ou mesclando-os de uma forma genial em temas que, não raras vezes, ultrapassam a dezena de minutos de duração. Para enriquecer musicalmente o trabalho destes suecos, o número de músicos passou para cinco, com a entrada de Per Wiberg para as teclas. Acompanhamentos de piano, ambientes clássicos e góticos criados pelo órgão, funcionam como um bónus neste álbum, e são uma mais-valia na música de Opeth.
O álbum abre com Ghost of Perdition, um tema que dissipa instantaneamente quaisquer dúvidas que pudesse existir quanto à mudança de estilo - vozes guturais/vozes límpidas, guitarras distorcidas/guitarras acústicas, tudo se entrelaça com um resultado final absolutamente imprevisível, tais são as constantes mudanças de ritmo, melodia e voz. As próprias letras parecem neste álbum muito mais esclarecidas: "The incoherent talk of ordinary days / Why would we really need to live? / Decide what is clear and what's within a haze / What you should take and what to give...". Ao terminar dos 10 minutos desta primeira faixa dou por mim a pensar "Mas o que raio é que eles vão fazer mais aqui?", tal o ecletismo desta faixa, bem patente nos últimos 2 minutos da música.
A resposta vem com o segundo tema, The Baying Of The Hounds. Entra a rasgar, como se tívessemos efectivamente uma matilha no nosso encalço. O ritmo das percusões remete-nos para os temas mais acelerados de Camel, uma das bandas de culto e grande influência dos elementos da banda. Torna-se fácil imaginar as hordas metaleiras a agitar as cabeleiras ao ritmo frenético destes riffs, que nunca se mantêm iguais durante muito tempo. O tema culmina com um blastbeat demolidor aos 6' do tema, para depressa regressar à calmaria quase hipnótica das guitarras acústicas. Mais uma vez, 10 minutos que rompem com a tirania usualmente imposta à duração "normal" das músicas. E que sabem a pouco.
O terceiro tema, Beneath The Mire, inicia-se com ambientes mediterrânico-árabes criados pelas guitarras e teclados, paisagens que já tinham sido visitadas no tema Closure do anterior Damnation. Mais uma vez se torna bem patente que, na música de Opeth, nada está pré-definido: não há estereótipos, não há caminhos pré-traçados. Ao escutar estes temas fica a nítida sensação de que estes temas foram ganhando vida nos instrumentos, tal é a naturalidade da evolução da música e das mudanças dentro de cada uma delas.
Atonement é um dos temas de Ghost Reveries que revisita os ambientes atmosféricos e progressivos de Damnation. Numa toada calma, as guitarras vão desfilando, com os teclados a dar o mote para todo o tema. Aos 5:20 de música o piano silencia-se e inicia-se uma espécie de interlúdio à 5ª faixa, Reverie / Harlequin Forest. Guitarras a debitar riffs decididos continuam a fuga da matilha pela floresta de sons, e a voz segura de Mikael Åkerfeldt, mais límpida que nunca, vai narrando a história. Tal evolução nas vocalizações deve-se seguramente aos ensinamentos do produtor Steve Wilson (vocalista de Porcupine Tree), cujo registo vocal se aproxima das partes mais calmas das músicas de Opeth. Mais uma vez juntam num só tema muitas músicas diferentes, usando o seu know-how para fazer com que mesmo as mudanças bruscas do "pesado" para o acústico nos soem perfeitamente enquadradas e lógicas. A partir dos 10 minutos a música entra num riff hipnótico que nos desarma, ocultando o final quase brusco.
A faixa 6, Hours Of Wealth, é o segundo tema do álbum que entra na linha melódica do seu antecessor, e é uma música para a qual o epíteto de fabulosa é escasso. Mais uma vez se nota bem como a banda de Andy Latimer marcou estes rapazes suecos, que juntam aos elementos prograssivos a sua dose de obscuridade, resultando em... Opeth! [Será uma mistura Opera + death= Opeth?] O tema inicia-se com as guitarras acústicas acompanhadas dos teclados, criando um ambiente melancólico e negro, que o piano se encarrega de levar ao extremo. Aos 2:25 de tema, vem a confirmação: a voz de Mikael está em melhor forma do que nunca para transmitir aquilo que deseja, da melhor maneira (por isso é que estou a escrever estas palavras com os pelos completamente eriçados). O tom, de arrepiar. A interpretação, irrepreensível. Os coros, perfeitos. O órgão toma as rédeas do tema na parte cantada e, quando termina com "Once I am sure of my task I will rise Again...", o solo de guitarra dá ao tema a forma de um blues que faria corar de inveja o próprio Gary Moore.
E depois da bonança... vem a tempestade. Tempestade é eufemismo, pois com The Grand Conjuration parece que o próprio céu nos vai desabar sobre a cabeça (sem relação com Astérix). Um riff demolidor entra a rasgar, acompanhado pela bateria frenética, desafiando os compassos com contratempos encadeados. Esta descarga de força depressa dá lugar a um espaço de calma, com a voz quase sussurrada, até que um grito visceral a plenos pulmões nos agarra pelos colarinhos: "The eyes of the devil Fixed on his sinners"!!! Alguns momentos calmos na música não atenuam a força deste tema, o mais pesado de todo o disco, que continua ao longo de 10 minutos a descarregar decibéis com grande intensidade. Contrasta com Isolation Years, a última faixa e a mais curta do álbum, que regressa a uma toada melancólica, em tom de despedida.

Sei que a maioria das pessoas reagirá melhor ao temas acústicos e melancólicos do que aos temas mais pesados. Porém, a fórmula é a mesma. O peso é o mesmo, e é errado confundi-lo com a distorção das guitarras ou com a intensidade das vocalizações. Fechem os olhos e está lá tudo: paisagens nocturnas, personagens com várias caras e travos, histórias de memórias dolorosas, loucuras e desvarios... Tudo num terreno onde o poder, a melancolia e a beleza se conjugam por métodos intrincados.
Se Blackwater Park foi aclamado pela crítica como um álbum fabuloso, que dizer de Ghost Reveries? Mais elaborado, mais melódico, mais pesado, a voz mais segura que nunca, com a adição dos teclados a levar mais longe as possíbilidades dos Opeth... o resultado só podia ser um álbum assim. Se há álbuns nota 10, este merece a nota, com distinção. Vale a pena uma banda aperfeiçoar a sua criação durante anos para alcançar algo assim.

Por o álbum ser tão bom é que, a cada nova audição, esta "crítica" foi sempre reescrita (e por isso demorou tanto a ser concluída). E de certeza que ainda sofrerá alterações...

3.11.05

Uma boa solução...

...era dar armas aos pombos.

Gripe das aves chega a Paris - Alarmante!!!

Gripe das aves em Paris